A TERRÍVEL DOR DA FOME

Branca Amande Cavalcante

O que eu vou contar não é historinha…É a verdade que estamos vivendo no Brasil há vários anos.

Saía eu do consultório médico que fica em um shopping, quando eu vi um pobre homem, esquelético, todo sujo, com os cabelos desgrenhados, pés no chão, todo molhado (estava chovendo) e enfrentando muito frio; enfim, um ser humano infeliz, invisível aos olhos de muitas pessoas, por ser um morador de rua.

Com tristeza imensa estampada na face, olhava as pessoas e pedia que lhes comprassem um prato de comida. Os transeuntes passavam e desviavam o olhar. Então se dirigiu a mim e disse: senhora, estou com muita fome, eu, minha mulher e filhos.

Nunca, graças a Deus, senti a dor da fome. Dizem que é a pior das dores. Aí eu lhe disse: aguarde que eu vou providenciar umas quentinhas. Um cidadão que estava próximo me reprovou, dizendo que ele queria mesmo era dinheiro para “encher a cara de cachaça”. O mendigo respondeu: “Eu quero mesmo é comida.  Estou com muita fome”.

Não aguentei e respondi ao desumano: “você já passou fome?”. Silêncio absoluto…

Comprei as quentinhas e as entreguei ao mendigo. Ele chorou e eu junto com ele.

Toda aquela miséria estampada na figura de um ser humano, igual a mim, a você e a todos nós, deixou-me constrangida, com o coração estraçalhado de viver num país tão rico e tão pobre ao mesmo tempo. Num país que podia ser um dos primeiros do mundo, mas que foi o último a libertar os escravos e que continua na escravidão de outra forma, pela falta de cultura de seu povo e pela ausência do verdadeiro e puro amor à pátria, para torná-la grande e pujante aos olhos do mundo.

Essa triste cena aqui relatada se repete todos os dias aos nossos olhos!   

A RICA FAUNA DE BRASÍLIA

Na rica fauna de Brasília encontrei dois seres humanos que me chamaram muito a atenção: o Tracajá Society e o Tamanduá Bandeira que, como eu, moravam no Sudoeste.

O Tracajá Society, com o seu caminhar indolente, sempre andando, ao cair da tarde, ao derredor do Lago Paranoá onde, depois, tomava banho nas águas poluídas do lago, e saía de lá muito lampeiro, retornando à sua toca no Sudoeste.

Certa vez lhe perguntei por que ia tão longe, se existia uma piscina logo ali no Parque da Cidade, e ele me respondeu que preferia o Lago, pois era amplo, e ele podia mostrar suas habilidades aquáticas.

Como todo tracajá, era muito desconfiado, sempre com a cabeça enfiada no casco.

Já o problema do Tamanduá Bandeira era com as formigas. Procurava formiga em todo tipo de obra, e se arrastava pelos andaimes com desenvoltura fora do comum. Era engenheiro.

Um dia, porém, levou uma surra das formigas, passando a caminhar com muita dificuldade, parecendo até estar com reumatismo.

Uma coisa engraçada: o Tamanduá teimava em ser tenista, mas de tênis mesmo somente sabia apanhar, com muita dificuldade, as bolas que caiam, e, mesmo assim, de modo meio desajeitado.

O Tamanduá e o Tracajá Society, moravam, como já foi dito, no Sudoeste, bairro dito elegante de Brasília, e ambos pertenciam à mesma confraria.

Esta é uma pequena história da exuberante fauna de Brasília. Tem mais…

A IMPORTÂNCIA DO MARCO ROTÁRIO

 O marco rotário é peça fundamental na vida do Rotary Club. Assinala a presença do Rotary na cidade onde se encontra edificado e   mostra a força da instituição que possui ramificações em todo o mundo como um clube que presta inestimáveis serviços à humanidade.

Em nossas antigas viagens de automóvel pelo Brasil, era motivo de muita satisfação encontrar nas cidades por onde passávamos um Marco Rotário. Era a certeza de não estávamos sozinhos na caminhada.

O marco Rotário dá a segurança de que não nos encontramos abandonados diante das dificuldades surgidas. Qualquer problema, podemos apelar para o Rotary local, que nos auxiliará na caminhada, dando o norte de que precisamos. Isso é um dos pontos altos do fato de sermos rotarianos.

Quando éramos Presidente do Rotary Club Manaus/Adrianópolis, fomos visitar o Clube Rotário do município vizinho, ou seja, Manacapuru. O nosso automóvel, um Maverick recém comprado, deslizou na estrada de barro e acabou batendo fortemente numa árvore. Ficamos deveras desnorteados para continuar a viagem, até que encontramos um Marco Rotário. Ficamos radiantes, posto que poderíamos contar com o apoio de companheiros. E foi o que de fato ocorreu.
O carro foi completamente recuperado e pudemos retornar a Manaus sem maiores atropelos, depois de cumprir os compromissos rotários no Município de Manacapuru.

Na nossa mente ficou a figura do Marco Rotário como uma tábua de salvação para os rotarianos necessitados do apoio de seus companheiros.

O Marco Rotário, portanto, indica a presença do Rotary Club na cidade em que está situado, o que dá segurança a todo rotariano que por ali passa, ou que ali fique.