Na rica fauna de Brasília encontrei dois seres humanos que me chamaram muito a atenção: o Tracajá Society e o Tamanduá Bandeira que, como eu, moravam no Sudoeste.
O Tracajá Society, com o seu caminhar indolente, sempre andando, ao cair da tarde, ao derredor do Lago Paranoá onde, depois, tomava banho nas águas poluídas do lago, e saía de lá muito lampeiro, retornando à sua toca no Sudoeste.
Certa vez lhe perguntei por que ia tão longe, se existia uma piscina logo ali no Parque da Cidade, e ele me respondeu que preferia o Lago, pois era amplo, e ele podia mostrar suas habilidades aquáticas.
Como todo tracajá, era muito desconfiado, sempre com a cabeça enfiada no casco.
Já o problema do Tamanduá Bandeira era com as formigas. Procurava formiga em todo tipo de obra, e se arrastava pelos andaimes com desenvoltura fora do comum. Era engenheiro.
Um dia, porém, levou uma surra das formigas, passando a caminhar com muita dificuldade, parecendo até estar com reumatismo.
Uma coisa engraçada: o Tamanduá teimava em ser tenista, mas de tênis mesmo somente sabia apanhar, com muita dificuldade, as bolas que caiam, e, mesmo assim, de modo meio desajeitado.
O Tamanduá e o Tracajá Society, moravam, como já foi dito, no Sudoeste, bairro dito elegante de Brasília, e ambos pertenciam à mesma confraria.
Esta é uma pequena história da exuberante fauna de Brasília. Tem mais…