A IMPORTÂNCIA DE SER MINISTRO

Se não me falha a memória foi Getúlio Vargas que disse, certa feita: “Ninguém resiste a um convite para ser Ministro”. Isto é quase uma afirmação incontestável, não fossem pequenas exceções.

Realmente, o poder atrai muito. Ele é inebriante, fascina, desperta interesse. Não fosse isso e não haveria tanto choro nas despedidas dos Ministérios.

Uma pessoa ao ocupar o cargo de Ministro, deixa de ser um simples mortal. Passa a ter uma legião de puxa-sacos ao seu lado, incensando-o a todo momento, dando-lhe cobertura integral. Tem jatinho à sua disposição; é convidado, de quando em vez, para uma viagem internacional; tem seguranças de toda a ordem para lhe dar proteção; enfim, passa a aparecer constantemente na mídia, o que é a coisa mais importante e que está acima de tudo.

Ora, um Ministro não é, assim, um vivente comum. É verdade que certas pessoas não estão preparadas para o cargo, mas isto pouco importa, porque a importância advém do cargo e não da pessoa. Daí a luta de foice para ser Ministro. Até pessoas que aparentemente não precisam do cargo, quando nele estão, não o querem deixar.

Como o ser humano é pequeno por dentro! Acha que a vida é ostentação, é fruição plena das benesses materiais, esquecendo-se que nós estamos no Planeta Terra de passagem, e tão mal localizados, que o homem já pensa em habitar fora do nosso planeta.

A Terra já é pequena para ele. Pretende se instalar na Lua e já pensa em Marte. É a busca do domínio do espaço sideral, para afirmar a sua ostentação, o seu poder de conquista.

Antigamente foram as Grandes Descobertas, a procura de novas terras, do chamado “mundo desconhecido”. Agora é a busca do espaço infinito, para mostrar a sua “grandeza”.

 A vaidade humana, assim, não tem limites, embora os conhecimentos humanos sejam infinitamente limitados, tanto que até agora não foi possível produzir, em laboratório, uma única célula. Tudo o que o homem realiza é com o produto do que a natureza já lhe proporciona.

Mas falávamos da importância de ser Ministro. Ministro é Ministro, e daí?…