Nos anos cinquenta, um crime abalou Manaus: o chamado crime da Serraria Pereira.
Delmo Pereira, um rapaz muito bem apessoado, de 18 anos, metido com uma “turma da pesada”, resolveu assaltar a serraria pertencente ao seu pai, para pagar dívidas e farrear com amigos de baixa índole.
Tomaram um carro de praça e se dirigiram à Serraria, a mais importante de Manaus, localizada num lugar ermo, na chamada Colônia Oliveira Machado. Em lá chegando, colocaram a nocaute o vigia, com uma pesada pancada na cabeça. No cofre da empresa não havia o dinheiro que esperavam encontrar. Frustrados, forçaram o motorista do taxi a viajar por lugares estranhos até decidirem eliminá-lo, segundo combinaram, para ocultar o crime praticado no assalto à Serraria.
O assassinato foi logo descoberto, com a prisão de seus autores. Houve um clamor geral, todos pedindo a pena máxima para o Delmo, o principal envolvido. As emissoras de rádio (à época não havia televisão) falavam no caso a todo instante, clamando por justiça.
Revoltados, os motoristas de praça resolveram se vingar. E, ao ser transferido num carro da polícia, de uma prisão para outra, a viatura policial foi interceptada e dela retiraram Delmo, e o levaram para um lugar ermo onde o eliminaram, com requintes de barbaridade.
O crime teve repercussão nacional, e grandes criminalistas do Rio de Janeiro foram contratados para auxiliarem na acusação dos réus, dentre os quais Celso Nascimento.
Os motoristas que assassinaram o Delmo foram todos punidos, numa prova de que não se combate um crime com outro…
Isto ocorreu, há mais de 70 anos.