O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia foi criado para realizar o levantamento científico das riquezas da região visando o seu aproveitamento racional, sem agredir o meio ambiente.
Como amazônida, sempre me preocupei com o fato de que os estudos não eram divulgados, para serem postos em prática. Não adianta a elaboração de magníficas teses de mestrado ou doutorado, ficando os trabalhos empilhando as prateleiras das estantes ou, apenas, tendo a sua divulgação em revistas especializadas.
O que se quer é o aproveitamento dos estudos, cientificamente comprovados, para ajudar no desenvolvimento da região, posto se alega muito que isto ou aquilo não pode ser feito, por falta de uma definição de caráter científico.
Há muito, li e reli, um livro de autoria de um amigo, por sinal cirurgião dentista, estudioso da Amazônia, sobre as chamadas “plantas feiticeiras”, isto é, plantas ou ervas que curam todo tipo de doenças, conhecidas pelo homem da região como milagrosas, mas que não têm tido uma confirmação ou um desmentido de caráter científico.
Lembro-me bem, quando criança, que a andiroba e a copaíba faziam verdadeiros milagres. A saudosa Amelinha, uma senhora bondosa que tomava conta da casa de meus pais (uma espécie de governanta), não deixava nunca de ter às mãos recipientes com copaíba e andiroba. Qualquer inflamação, era “tiro e queda”. Acerca dos efeitos medicinais desses óleos, não há a menor dúvida.
Mas, vamos falar sobre o meio ambiente. Cabe ao INPA estudar cientificamente todo impacto ambiental na região, a fim de que sejam tomadas medidas ecologicamente corretas. Pois bem, o Instituto veio a público, faz já algum tempo, falar sobre o impacto das hidrelétricas no meio ambiente.
Estudos realizados, comprovaram que as hidrelétricas poluem mais que as termoelétricas. A água represada é rica em gás metano proveniente da floresta inundada e apodrecida. Ao passar pelas turbinas se transforma em gás carbônico. Isto é grave, só perdendo em intensidade para as queimadas.
Assim sendo, os estudos põem por terra a idéia de que as hidrelétricas seriam um procedimento ecologicamente correto. A usina de Balbina, no Amazonas, acabou com a vida, por alguns quilômetros, do rio Uatumã.
Aplausos para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, pela divulgação dos estudos realizados, os quais poderão evitar novos estragos com a inundação de florestas.
Mas, o que já foi feito, não tem mais solução!