Assisti, faz algum tempo, num programa de televisão, numa mesa redonda de médicos, a declaração de que houve mentira quanto à verdadeira doença de Tancredo Neves.
A versão oficial foi a de que ele era portador de uma diverticulite abdominal quando, de fato, tratava-se de um tumor. Justificaram os médicos da mesa redonda que quiseram, com isto, evitar uma comoção nacional.
SantoDeus em que mundo estamos? Um deles, ainda disse que Tancredo se automedicava, pois achava que, sozinho, poderia vencer a doença; que Tancredo se julgava um Deus. A verdade é que Tancredo está morto, não pode mais se defender.
Disseram ainda, os doutores, que a família de Tancredo sabia de tudo. Tudo, o quê? No meu modo de pensar erraram os doutores e errou a família!
A verdade é que os referidos profissionais esqueceram o juramento que fizeram ao receber o diploma de médico. Onde está a ética ensinada por Hipócrates?
Passados tantos anos da morte de Tancredo, vieram à televisão para declarar, bombasticamente, que mentiram para evitar uma comoção popular. A mentira, é muito pior do que a mais triste verdade.
Para evitar o processo criminal, esperaram mais de vinte anos para dar a verdadeira versão dos fatos. É triste, muito triste mesmo tal procedimento. Verdadeira falta de ética. Se não respeitaram os cabelos brancos que ostentavam, deveriam respeitar, pelo menos, o público que os assistiu.
Comportamento digno, tiveram os médicos do Papa João Paulo II. Em nenhum momento mentiram sobre a saúde do Papa, escondendo o seu diagnóstico. E o Papa, também, foi um verdadeiro titã na doença e na morte.
Sofremos todos juntos. E a morte do Papa foi aceita com serenidade no mundo todo.
Por que se omitiu a doença de Tancredo Neves? Por que se escamoteou a verdade, e o povo foi empulhado com a mentira?
Esta é mais uma triste página da história e da política do nosso país.