Quanta insensatez foi a construção da hidrelétrica de Balbina!
A inundação de imensa área de floresta nativa, foi um brutal crime ecológico, com a morte dos animais que nela habitavam.
Construir-se barragem na planície, chega às raias do absurdo. Mas a usina aí está. Matou o Rio Uatumã, fonte de alimentos para os moradores de suas redondezas.
Ouvi num documentário de televisão: “foi esclerosada uma das veias do coração da Floresta Amazônica”.
A usina que iria resolver o problema energético de Manaus não cumpre a sua função, porque a demanda de energia é muito maior do que a capacidade instalada, embora a área inundada corresponda a várias Baías da Guanabara. Que lástima!
Mas, no Brasil, é muito difícil achar-se o culpado. Por outro lado, a certeza da impunidade tem levado a descalabros de toda a ordem.
Como amazônica eu sempre repudiei a construção de Balbina. Visitei-a, contristado, em sua fase de construção, quando ouvi inúmeras reclamações de moradores das cercanias que pressentiam os perigos que os rondavam, principalmente com a contaminação das águas pelas árvores e animais submersos que iriam apodrecer debaixo d’água.
Se pessoas simples enxergavam os perigos, por que os técnicos, os cientistas, não se manifestaram contra a barragem?
A omissão é sempre criminosa, porque ela acoberta absurdos. O silêncio é uma forma de acumpliciamento.
É verdade que as cidades da Amazônia precisam de meios para se desenvolver. Mas não se deve cobrir um santo para descobrir outro.
O que se fez foi um verdadeiro desastre ecológico, na minha opinião.
A morte de um rio não poderá ser esquecida!