MAÇONARIA

Já foi dito, com muita propriedade, que nós não entramos na Maçonaria. A Maçonaria é que entra no recôndito de nossa alma, melhorando-nos sobremaneira, para enfrentar as incertezas na caminhada da vida.

Parece que foi hoje que ingressei na Maçonaria, mas tal fato se deu nos idos de 1960. Eu acabava de concluir o Curso de Direito e, como todo jovem cheio de ideais, parecia um Dom Quixote enfrentando moinhos de vento, embora sem ter o meu Sancho Panza. Vislumbrava um mundo melhor, atraído pela filosofia maçônica, tão bela   e tão emocionante, cheia de grandezas espirituais, e de tantas tradições.

A Loja que ingressei em Manaus, Vitória das Nações Unidas, do Rito Adonhiramita, gozava de grande conceito na Maçonaria da Amazônia Ocidental. Quando passei a residir no Rio de Janeiro, ingressei na Loja União e Tranquilidade, a 2ª da Ordem e Primaz do Rito Moderno, onde me encontro até hoje. Já, em Brasília, onde morei por alguns anos, filiei-me à Loja Estrela de Brasília, do Rito Escocês Antigo e Aceito. A verdade é que sempre me mantive fiel aos ideais maçônicos até os dias de hoje, não esmorecendo jamais. Dificuldades sempre existiram, mas as pessoas sonhadoras crescem nas adversidades, porque não se deixam abater nunca.

Durante mais de uma década fui Conselheiro Federal do Grande Oriente do Brasil-GOB, órgão eclético, constituído de maçons de várias partes do país. Ali aprendi muito, ouvindo os mais experientes. A vida, em realidade, é um permanente aprendizado.

Irmãos, ontem como hoje, continuo acreditando que a Maçonaria poderá fazer muito pelo Brasil, como ocorreu no passado. Pelo menos, no momento, dois grandes desafios poderiam ser encampados pela Maçonaria: a intransigente defesa da Amazônia, e a luta em favor da Educação, única maneira do país sair do atraso em que se encontra e entrar no chamado primeiro mundo.